TEMPOS DIFÍCEIS

28/12/2015 15:54

A crise vai chegar às ruas em 2016

A pesquisadora Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), costuma dizer que o ano de 2016 será aquele que a crise econômica “vai chegar à rua”. É a sua maneira de alertar que os custos sociais da recessão enfrentada pelo país serão mais pesados no ano que vai se iniciar. Os reflexos da queda acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) devem se traduzir em mais desemprego e menos renda para os trabalhadores. 

Em termos numéricos, a perspectiva é que sejam pulverizados mais 2,2 milhões de empregos formais no próximo ano, depois de uma perda estimada em 1,6 milhão em 2015. Em apenas dois anos, portanto, seriam suprimidos quase 4 milhões de empregos com carteira assinada, que podem ser acompanhados pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social. A média da renda real do trabalho, que ficou estagnada neste ano, deve cair 1,3% em 2016. 

Apenas um ano atrás, a população ocupada – um critério utilizado pelo IBGE em suas pesquisas – crescia 1,5% e a renda real do trabalho aumentava 1,3%. Ainda em 2014, no terceiro trimestre, o país atingiu o ápice no total do estoque de pessoas empregadas: 40 milhões de brasileiros estavam no mercado formal de trabalho. Mesmo as perdas registradas em 2015 foram compensadas, em parte, pelo aumento do trabalho informal e da categoria “por conta própria”, ou seja, pessoas que passaram a empreender para contornar a perda de empregos assalariados. g1COM

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