· Rio tem a maior taxa de mortalidade no SUS em três décadasEntre 2008 e 2015, maioria dos óbitos registrados, na proporção entre mortes e internações - POR EDUARDO BARRETTO
29/02/2016 6:00 / atualizado 29/02/2016 9:53
Pacientes do SUS formam fila em hospital do Rio - Luiz Morier Arquivo
BRASÍLIA — Em 2015, o estado do Rio teve a maior taxa de mortalidade registrada no Sistema Único de Saúde desde 1984, início da série histórica do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. Num período de 31 anos, o estado liderou as indesejáveis estatísticas por 30.
Além de ter os índices de mortalidade mais altos do país catalogados pelo SUS, o Rio não sabe, ou não deixa saber, o que determinou esses óbitos: de 2008 a 2015 — período em que as taxas no estado tiveram a alta mais acentuada —, a categoria de diagnóstico com maior proporção entre mortes e internações foi a que não tem causa mortis definida. Durante toda a série histórica do estado, as agressões — que incluem homicídio de qualquer tipo — são as causas externas com maior proporção entre mortes e internações.
Praticamente todas as pessoas que procuram hospitais em situação de emergência vão para o SUS. É o destino de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou do Corpo de Bombeiros, no caso do Rio. Além disso, a rede pública faz procedimentos que não são cobertos pelos convênios.
O Datasus tem duas séries históricas: uma que vai de 1984 a 2007; e outra de 2008 a 2015. As taxas representam mortes a cada cem mil pessoas e são enviadas ao Ministério da Saúde por estados e municípios. Nas últimas três décadas, o movimento de todas as unidades da federação foi de alta, mas nunca a diferença da taxa de mortalidade no SUS no estado do Rio foi tão grande se comparada à média nacional: em 2015 foi de 2,37 — 6,57 do Rio contra 4,20 nacional. De 2008 para cá, o crescimento médio do índice no Brasil foi de 28%; o do Rio de 46,3%. Os estados com as maiores taxas são Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul. Maranhão, Pará e Rondônia .G1.COM.