SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR

19/12/2016 11:02

VILÃO DO CÂNCER

“NÃO É PRECISO BANIR ALIMENTOS”, DIZ ESPECIALISTA – Médicos defendem recomendação da OMS, mas alertam que uma dieta rica em fibras pode evitar doença por Fabiana Cambricoli.

Especialistas brasileiros em câncer afirmam que, embora esteja correta a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de diminuição de consumo de carne processadas e vermelhas, a ingestão desses alimentos não devem ser tratada como único fator responsável pelo desenvolvimento da doença. “Não é preciso banir o alimento da dieta. O surgimento do câncer tem fatores genéticos e ambientais, como a alimentação, mas também o cigarro, a obesidade. Não é só comer ou não comer carne, não é uma matemática”. Afirma Fábio Guilherme Campos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

Segundo o especialista, estudos já mostram que carnes processadas ou vermelhas aumentam o risco de câncer colo retal, mas outros fatores devem ter o mesmo peso na prevenção. “Já está provado, por exemplo, que o consumo de 25 a 35 gramas diários de fibras protege contra o câncer de intestino”. Tão importante como reduzir a carne é ingerir mais legumes, frutas e verduras, diz o médico. Para alcançar a qualidade recomendada de fibras é necessário comer um prato de legumes e uma fruta diariamente.

Já quanto aos limites de consumo da carne, especialistas indicam que a carne vermelha tem valor nutritivo e está liberada em três refeições por semana. “Já a carne processada não deveria ser consumida mais de duas vezes por mês” diz Carlos Gil, diretor institucional do Grupo Oncologia D´Or.

Ele diz que carnes processadas são mais prejudiciais ao organismo por conter componentes que favorecem a produção de substâncias que causam lesão no DNA das células, favorecendo a formação de tumores. “Quem tem casos da doença na família deve ficar ainda mais atento”, diz Gil.

Campos, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, ressalta que, embora comum no País, o câncer de intestino demora anos para se desenvolver e que uma grande arma para prevenir a doença e a realização dos calos copia. “Nesse exame, você consegue retirar o pólipo antes que ele se transforme em câncer,” diz. O exame deve ser iniciado aos 50 anos para a população em geral e aos 40 para pessoas com casos na família. ESTADADÃO/ 27/10/2015.             SAÚDE – CONSUMODE BACON AMPLIA RISCO DE CÂNCER

Até 50 gramas de carne processada/dia aumentam em 18% de probabilidade da doença, diz OMS.

Comer duas fatias de bacon por dia, ou 50 gramas de carne processada, aumentam o risco de desenvolver câncer em 18%. Quem faz o alerta é a Organização Mundial de Saúde (OMS), em informe publicado ontem.  A entidade recomenda a redução no consumo de carnes como linguiça e presunto, que foram colocados na mesma categoria cancerígena de álcool, asbesto (amianto), cigarro e plutônio.

Esses produtos estão classificados no grupo um de risco.

A recomendação, já alvo de grande polêmica, ainda indicou que carnes vermelhas também representam ameaça. Mas, diante das evidências limitadas, foram colocadas no grupo 2A, que aponta para produtos “provavelmente cancerígenos”. A OMS não nega que as carnes trazem benefícios para a saúde. Mas pede moderação e indica que até elevadas temperaturas, como no caso de um churrasco, também poderiam liberar elementos com impacto. O consumo de 100 gramas de carne vermelha por dia, por exemplo, ainda aumentaria as chances de desenvolver a doença em 17%.

O maior problema estaria nas carnes que tiveram de passar por modificações para aumentar seu prazo de validade ou simplesmente para alterar seu gosto, até as com sal ou defumadas.

A recomendação foi publicada pela OMS depois de um amplo estudo feito pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer, que avaliou todas as evidências científicas.

Comer um sanduíche de bacon, porém, não é tão ameaçador como fumar e, para Kurt Straif, especialista da OMS, o risco “continua baixo”. A ameaça, no entanto, está no consumo rotineiro desses produtos, que, com o tempo, acumulam elementos químicos no corpo humano. “Diante do numero elevado de pessoas que consomem carnes processada, o impacto global na incidência de câncer é de relevância para a saúde pública”, afirmou.

As estimativas apontam que 34 mil mortes por ano relativas ao câncer acontecem por causa de dietas com alto teor de carne processada. A OMS insiste que sua orientação tem como meta ajudar as pessoas a equilibrar suas dietas. - Por Jamil Chade – Correspondente Genebra/ESTADÃO/27/10/2015.

—————

Voltar