O estudo do alcoolismo começou para o psiquiatra americano George Vaillant apenas como a chance de obter uma bolsa na Universidade Harvard. E virou uma paixão de mais de 30 anos. Na origem dessa paixão está a maior pesquisa já feita sobre o tema no mundo. Durante cinqüenta anos, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, acompanharam a vida de 600 homens para identificar as causas de um problema que atinge 10% da população mundial – ou seja, 600 milhões de pessoas. Essa empreitada monumental é o fundamento do livro A História Natural do Alcoolismo Revisitada, escrito por Vaillant com base na pesquisa, da qual foi coordenador por duas décadas. É considerada uma das obras mais importantes sobre o assunto.
Conheça as principais convicções do estudioso, publicadas em entrevista recente realizada pela jornalista Lucila Soares, da revista Veja, durante visita dele ao Brasil.
“ O alcoolismo é um problema de dimensões trágicas ainda subdimensionadas.”
"O álcool é um mau tranqüilizante, torna pessoas infelizes ainda mais infelizes."
“Nos Estados Unidos, 50% de todas as crianças atendidas nos serviços psiquiátricos vêm de famílias de alcoólatras.”
“Os japoneses têm um provérbio que diz "Primeiro o homem toma uma bebida, e depois a bebida toma o homem.“
“Seria bom que a embriaguez fosse encarada como algo grotesco. Não associá-la à alegria e diversão faria muita diferença.”
“Não se deve tentar proteger alguém de seu alcoolismo. Se uma mulher encontra seu marido caído no chão, desmaiado sobre seu próprio vômito, não deve dar banho e levá-lo para a cama.”
“O único caminho para sair do alcoolismo é descobrir que o álcool é seu inimigo. Proteger uma pessoa nessa situação não ajuda. Não é papel da família tentar convencer o alcoólatra de que o álcool é um grande mal para ele. Na verdade, nessa situação a família precisa de ajuda.”
Veja como você está com relação à ingestão de bebidas alcoólicas. Responda ao questionário disponível no site www.viverbem.fmb.unesp.br/audit.asp
Estes sinais não devem ser encarados como indicadores certos e absolutos de que o adolescente está usando drogas. Mas, certamente, ele precisa de ajuda. São atitudes que precisam ser observadas e, a partir dai, iniciar uma pesquisa caseira.
O alcoolismo é uma doença crônica, porém tratável. Para tanto, na maioria das vezes, torna-se necessário orientação profissional. Veja algumas alternativas:
• A Equipe de Saúde Mental da Cabesp – 2168-0101 (SP e Grande SP) e 0800-7020201 (outros Estados) – oferece orientações e encaminhamentos a profissionais e clínicas especializadas da rede credenciada.
• A proposta dos Alcoólicos Anônimos, entidade que congrega portadores de alcoolismo, é ajudar o alcoólico a parar de beber. Para ser admitido no AA, não existem taxas nem mensalidades. A única exigência é o desejo de abandonar a bebida. Os membros do AA são protegidos pelo mais absoluto anonimato. www.alcoolicosanonimos.org.br/
• O Al-Anon é uma associação internacional paralela, mas independente do AA, que oferece apoio aos familiares dos alcoólicos. Há, também, grupos preparados para atender os filhos dos dependentes, familiares, parentes e amigos de alcoólicos, cujas vidas foram afetadas pela maneira de beber de alguém. Tem vários escritórios no Brasil. Procure em www.al-anon.org.br
• O Centro de Tratamento Bezerra de Menezes, em São Bernardo do Campo, São Paulo, destaca-se entre as principais instituições especializadas no campo dos transtornos mentais e dependência. www.bezerrademenezes.org.br/
Para maiores informações, consulte o site da Universidade de São Paulo (USP)
www.grea.org.br/publicacoes/drogas/drogas_alcool.htm
Já se sabe que a combinação de bebida alcoólica com direção de um veículo é nitroglicerina pura. As principais causas dos acidentes de trânsito são o uso de álcool e drogas.
No Brasil, as leis de trânsito consideram dirigir em estado de embriaguez quando o nível de álcool no sangue for igual ou superior a 0,8 g/l, ou o nível de ar exalado (no bafômetro) for 0,00038g/l.
Acompanhe as tabelas abaixo fornecidas pelo Centro de Controle de Intoxicações da Unicamp
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