MALES DE GENTE GRANDE – Eles são pequenos, mas já apresentam colesterol alterado, hipertensão, ansiedade, depressão e outros quadros típicos de adultos. Entenda por que a incidência desses problemas aumentou nas últimas décadas e como mantê-lo longe da infância (Por Ana Paula Albano – Revista Claudia Abril/2016.).
Há pouco mais de um ano, um exame de sangue apontou o nível de colesterol do pequeno Thyago estava alterado. Sua mãe, a dona de casa Adriana Conceição, 42 anos, do Distrito Federal, orientada por uma nutricionista, trocou boa parte dos produtos industrializados que o menino consumia por alimentos preparados em casa, com pouco óleo. A tarefa não tem sido fácil. “Ele odeia tanto frutas que engole sem mastigar para não sentir o gosto”.
Aprendi a fazer iogurte natural, mas preciso colocar no pote da marca que ele acostumava a consumir, com algumas gotas de corante para ficar rosado como o industrializado, ou ele não toma. Thyago, aos cinco anos, mede 1,30 metros e pesa 53 quilos – o que configura obesidade. O excesso de peso elevou o nível de colesterol ruim (IDL) e provocou o aumento das mamas, bem como apneia do sono. Fazem parte do tratamento mudanças na dieta, além de natação, que ele começou a praticar há dois meses. O caminho ainda é longo, e a mãe de Thyago não esta sozinha. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o aumento dos níveis de IDL, ou queda dos de HDL (o colesterol bom) afetam, pelo menos, 20% da população entre 2 a 19 anos. Este é, aliás, o mais frequente dos problemas de saúde outrora típico de adultos que, cada vez mais, têm sido diagnosticados em crianças.
A última Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou 33, r% das crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso. Em 1974, esse índice era de 10,9% em meninos e 8,6% em meninas. O aumento também é observado entre adultos: nesse período, o excesso de peso quase triplicou na população com mais de 20 anos.
Hoje considerada uma epidemia, a obesidade traz, além da alteração dos níveis de colesterol, problemas como hipertensão arterial, diabete tipo dois e depressão. “Está criança uma geração que poderá viver menos que seus pais se o quadro não for revertido”, alerta a endocrinologista Maria Edna Melo, coordenadora da Liga de Obesidade Infantil do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Uma das grandes culpadas por isso é a vida corrida, que faz com que a praticidade dite as regras na hora de montar o prato dos filhos. “Os erros mais comum na dieta das crianças são a falta de fibras e o excesso de açúcar e gordura vegetal hidrogenada (gordura trans.)”, aponta a nutricionista Mariana Del Bosco, de São Paulo. “Muitos pais comem errado, estão com sobrepeso e reproduzem os maus hábitos à mesa dos filhos.” Diz. O endocrinologista pediátrico Thiago Santos Hirose, de Ribeirão Preto(SP), concorda: “A obesidade é um problema facilmente reversível. Na maioria dos casos, basta seguir uma alimentação saudável e praticar atividade física para contorna-lo”. Mas muitos não o fazem.
VIDA SOB PRESSÃO – a exposição excessiva às telas, muitas vezes apontada como um dos motivos para o aumento de sedentarismo e da alimentação errada trouxe também casos de;
OBESIDADE, HIPERTENÇÃO ARTERIAL, NÍVEL DE COLESTEROL ALTERADO, DIABETE TIPO dois, DEPRESSÃO, SÍNDROME DO PÂNICDO, MIOPIA TRANSITÓRIA, ENXAQUECA E DORES DE CABEÇA, ANSIEDADE E STRESS.