IMPLANTE MAMÁRIO

21/05/2016 09:46

 

 

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Mitos e verdades sobre o implante de silicone

ANA PAULA SCINOCCA

18 Maio 2016 | 17:47ESTADÃO/MAIO/2016

A colocação de próteses de silicone está entre os procedimentos mais realizados por cirurgiões plásticos no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o aumento dos seios é responsável por 22,5% das cirurgias. Já a redução das mamas representa 11,7% do total de intervenções estéticas feitas no País.

Muitas dúvidas surgem em relação à colocação de próteses de silicones. O tema é frequentemente abordado por leitoras do blog, que enviam perguntas com dúvidas.

Por isso, pedimos ao cirurgião plástico Leandro Ventura que nos ajudasse a esclarecer verdades e mentiras sobre o assunto.

A seguir, eis a entrevista:

Plástica nas mamas atrapalha o aleitamento materno?

No caso da simples inclusão de implantes mamários de silicone (sem retirada de pele), os fatores a serem levados em consideração (no quesito aleitamento) seriam, principalmente, a via de acesso (local onde é realizada a incisão por meio da qual a cirurgia ocorre) e volume do implante (que, quando em exagero, poderia comprimir excessivamente o tecido glandular sobrejacente e, por si só, funcionar como fator traumatizador local).

No caso das reduções (mamaplastias redutoras), junto à gordura retirada há também variado volume de glândula, que é o tecido produtor de leite. Quanto menos tecido residual, menos células produtoras de leite. Seguindo o raciocínio lógico, nesses casos, poderia sim haver uma redução na capacidade de produção de leite, mas é tudo muito variável. O tecido glandular mamário responde aos estímulos hormonais da gestação de forma bastante variável de mulher para mulher. Ou seja: mamas grandes e cheias de glândula/ parênquima não são garantia de farta produção de leite, nem mamas pequenas, de produção insuficiente.

O fato é que nenhuma dessas cirurgias condena as mulheres a não mais poderem amamentar, mas quanto maior for a complexidade do procedimento mamário realizado e quanto maior for a alteração imposta à arquitetura local, maiores serão as chances de problemas num futuro aleitamento.

 

Qual a vida útil de um implante mamário?

Os implantes atuais são produzidos com gel de silicone altamente coesivo e revestimento resistente, mas, apesar da longa vida útil que essas características lhes conferem, não são eternos. Não há um prazo fixo para troca. Na prática, o que se observa é um aumento progressivo no índice de alterações que indicariam a necessidade de troca à medida que aumenta o tempo decorrido da cirurgia de inclusão dos implantes, até, geralmente, um limite máximo de 20 anos para algumas fabricantes.

Implantes de silicone aumentam o risco de doenças e/ou de câncer de mama?

Não. Não há qualquer relação entre implantes mamários de silicone e aumento na frequência de qualquer patologia, quer seja ela na mama ou em outros órgãos. As mulheres com implantes, como todas as outras, apenas deverão manter avaliação médica periódica e realizar os exames de imagem que seu cirurgião julgar necessários (possivelmente, antes do previsto para as mulheres sem implantes), para monitorização.

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