DETALHES SOBRE JOÃO- DE- BARRO

25/04/2017 10:22
 

  

 

 

 

 

 

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João-de-barro

 

O joão-de-barro é uma ave passeriforme da família Furnariidae.

Conhecido também como barreiro, joão-barreiro (Rio Grande do Sul), maria-barreira (Bahia), forneiro, pedreiro, oleiro, hornero (Argentina) e amassa-barro. A fêmea é conhecida como “joaninha-de-barro”, “maria-de-barro” ou “sabiazinho” em certas regiões. É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno. O joão-de-barro é tido como passarinho trabalhador e inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e também dizem que ele faz o ninho na direção contrária à da chuva, e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho.

Dentre as várias canções populares sobre o João-de-barro, uma se destacou nas vozes de Tonico e Tinoco, relatando umas das crendices populares sobre o pássaro:

O João-de-barro pra ser feliz como eu
Certo dia resolveu
Arranjar uma companheira

No vai e vem com o barro da biquinha
Ele fez uma casinha
Lá no galho da paineira

Nome Científico

Seu nome científico significa: do latim Furnarius= padaria, forno de padaria; rufus= vermelho ⇒ (ave vermelha construtora de fornos.)

Características

Mede 18 a 20 centímetros de comprimento e pesa 49 gramas. Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado (por isso o epíteto específico rufus). Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Rêmiges primárias (penas de voo, nas asas) anegradas, visíveis em voo, com as asas abertas. Ventralmente é de coloração clara (alguns indivíduos podem possuir o peito, flancos e barriga amarronzados, semelhante ao dorso), sendo o queixo e pescoço brancos. Excetua-se a cauda, que é avermelhada tanto dorsal quanto ventralmente. É uma das aves de mais fácil observação nos locais onde ocorre, pois além de não se afastar muito de seu território não é nem um pouco arisca, deixando o observador chegar a poucos metros de distância. Quando não está empoleirada desce ao solo, onde passa boa parte de seu tempo caminhando de modo bem típico, alternando pequenas corridas com intervalos nos quais anda mais devagar.

Alimentação

O pássaro, revirando as folhas, busca cupins, formigas ou içás no solo ou sob troncos caídos. Alimenta-se também de outros invertebrados, como minhocas e possivelmente moluscos. Aproveita restos alimentares humanos, como pedaços de pão.

Reprodução

O casal constrói em conjunto um ninho interessante, em formato de forno de barro, o qual pode ser facilmente identificado no alto de árvores e postes em regiões campestres. No interior do ninho há uma parede que separa a entrada e a câmara incubadora, construída para diminuir as correntes de ar e o acesso de possíveis predadores. Utiliza como matéria-prima o barro úmido, esterco e palha, cujas proporções dependem do tipo de solo (se arenoso, a quantidade de esterco chega a ser maior do que a de terra).

Não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas, parecendo realizar um rodízio entre dois a três ninhos, reparando ninhos velhos semi-destruídos. Quando não há mais espaço para a construção de novos ninhos, o pássaro o constrói em cima (até 11) ou ao lado do velho.

Em locais urbanizados, quando faltam suportes adequados, o joão-de-barro faz seu ninho até no peitoril de janelas. Neste caso ele escolhe o encontro entre a janela e a parede, assim como escolhe o encontro de galhos quando faz ninho em árvores. As janelas devem estar em locais altos e de difícil acesso. Em locais descampados, com pouca ou nenhuma árvore alta, e como medida de proteção à espécie, recomenda-se erguer postes altos dotados de travessas horizontais, que serão usados para sua nidificação.

A construção do ninho demora entre 18 dias e 1 mês, dependendo da existência de chuvas e, portanto, de barro em abundância. O ninho pesa em torno de 4 quilos e às vezes ocorre a construção de vários deles, sobrepostos (até 11), em anos consecutivos. Põe de 3 a 4 ovos, a partir de setembro, e a incubação dura de 14 a 18 dias. O casal chega sempre em posições diferente da árvore, ora por cima, ora por trás, esquerda ou direita. (DEMIS BUCCI, Observação Pessoal) O casal, além de se revezar na construção, em alguns momentos divide tarefas, sendo que um fica no ninho ajeitando o barro e o outro traz o material. (DEMIS BUCCI, Observação Pessoal)

Uma vez abandonados, os ninhos são reutilizados por outras espécies de aves (canário-da-terra-verdadeirotuimpardal e andorinhas). Também são reutilizados por lagartixas, rãs, pequenas cobras, ratos silvestres e até por abelhas.

Hábitos

É muito comum em paisagens abertas, como campos, cerrados, pastagens, ao longo de rodovias e em jardins. Caminha pelo chão em busca de insetos, frequentemente pousando em postes, cercas, galhos isolados e outros pontos que permitam uma boa visão dos arredores. Vive geralmente aos casais. Canta em dueto (macho e fêmea juntos, cada qual de um modo um pouco diferente) nos arredores do ninho, em postura altiva e tremulando as asas, com um canto extremamente estridente. Há várias lendas sobre esta espécie e a mais famosa, que já virou até tema de uma canção intitulada João-de-barro, diz que se o macho for traído ele pode trancar a fêmea no ninho até que ela morra. Tal comportamento nunca foi registrado cientificamente. Uma provável dificuldade para a utilização dos ninhos é a temperatura de seu interior, que lhes confere o nome forno tanto no nome científico Furnarius quanto no nome em espanhol hornero. Esta ave tipicamente campestre vem aumentando significativamente tanto a sua distribuição quanto abundância. É a ave símbolo da Argentina.


 

Lendas a respeito

Diz-se que havia um homem chamado João. Ele era um homem muito bondoso e fazia casas com barro e capim, cuidando sempre para fazê-las na posição correta (viradas para o nascer do Sol). Ele era tão bondoso que não cobrava nada para construir casas. Depois de muitos e muitos anos, Deus achou melhor ele descansar ao seu lado. Todos entraram em prantos por causa da morte de João. Para consolá-los, Deus criou o “joão-de-barro”, fazendo sua casa de barro e capim, sempre virada para o nascer do Sol.

Um dia, conta-se, brigou com Tapera (andorinha), que chegou a dominá-lo e despejou-o do ninho ainda em construção. A fêmea ajudou na construção do ninho, mas parece não ter sido constante, abandonando o macho. O joão-de-barro é fiel até o fim e, por isso, quando percebeu que a esposa mudou de amor, tampou a abertura da casa, fechando-a para sempre.

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