CAPIVARA UM BICHO PRONTO

27/10/2017 21:57

Aloisio Pacini Tostes adicionou 

3 h · CAPIVARA UM BICHO PRONTO

Nosso País tem uma impressionante biodiversidade e de fazer inveja a outros países do mundo. Todo tipo de animal desde aves, répteis, peixes e muitos tipos de mamíferos. Daria para enumerar milhares de espécies diferentes de bichos e de plantas de mais diversas formas e cores. Ultimamente um bicho tem chamado a atenção: a CAPIVARA, segunda a Wikipédia: nome científico Hydrochoerus hydrochaeris é uma espécie de mamífero roedor da família Caviidae e subfamília Hidrochoerinae. 
Alguns autores consideram que deva ser classificada em uma família isolada própria e diferente. Está incluída no mesmo trupo de roedores de classificam as pacas, cutias e os preás. Eximia nadadora, seus dedos, quatro nas patas dianteiras e três nas traseiras, são unidos por membranas que a facilitam o movimento na água. Seus dentes incisivos medem 1 cm de largura e podem chegar a 7 cm de comprimento. 
A fêmea chega a ter duas crias por ano. Os filhotes nascem com aproximadamente 2 quilos de olhos abertos com pelagem formada e com todos os dentes. Com três dias já comem grama, embora sua amamentação dure até os 90 dias de vida. A fêmea é ótima mãe, cuidando dos filhotes com esmero até o desmame. Após esses 90 dias o filhote se torna independente, podendo inclusive participar de novo grupo. A gravidez da capivara dura até 120 dias. Em 18 semanas já cresceram a ponto de pesar 40 quilos.

É o maior roedor do mundo pesando até por volta de 90 quilos e medindo até 1,2 m de comprimento por 60 cm de altura. A pelagem é densa de cor avermelhada a marrom escuro. É possível distinguir os machos por conta da presença de uma glândula proeminente no focinho apesar do dimorfismo sexual não ser tão aparente. Geralmente o macho dominante é o responsável por copular com todas as fêmeas do bando. A reprodução das capivaras ocorre o ano todo, embora seja maior o número de gestações nos períodos de chuvas intensas onde melhoram as condições básicas de clima e temperatura. 
Alcança a maturidade sexual com cerca de 1 ano e meio de idade e as fêmeas dão luz geralmente de quatro a oito filhotes duas vezes por ano e já nascem com pelos e dentição permanente e podem viver por volta de 12 anos de idade. Como predadores nos ambientes naturais: dentro d’água, o jacaré, a cobra sucuri, os grandes peixes e fora dela as onças. São também vítimas de caça embora tenha diminuído muito a partir dos anos 80 quando atitudes de fiscalização e a conscientização das pessoas mitigaram essa ameaça. 
Ocorre por toda a América do Sul ao leste dos Andes em habitats ao redor de rios, lagos e pântanos. Extremamente adaptável, pode ocorrer em ambientes altamente alterados e poluídos pelo ser humano (por exemplo nas marginais do Rio Pinheiros na capital do Estado de São Paulo). 
Pois bem, hoje temos esse bicho por todos os locais onde haja água e algum tipo de vegetação fragmentada para que possam reproduzir e sobreviver as centenas sem que seja incomodado. Em todos os Estados de norte a sul do Brasil se pode ver capivaras andando pelas praças, beiradas de lagoas e rios. Em algumas cidades ficam perambulando pelas vias públicas sem se incomodar com o que se passa a redor, mansas como se fossem animais domésticos. Muitas pessoas perguntam: de onde aparece tanto bicho?? É impressionante e interessante. Afora muitos atropelamentos causando vítimas dos dois lados é proibido matar e a população tem respeitado muito isso, não as incomoda mais e desse jeito cada vez aumenta mais a quantidade e capilaridade. 
Então, elas estão aí na nossa cara para serem admiradas, é só??Sim, vale a pena vê-las passeando nos parques, sinal de civilidade e de respeito ao meio ambiente. Pode, de repente até incentivar o turismo ecológico que é um nobre procedimento. Aí vem a outra pergunta o que se fazer com elas quando há uma superpopulação?? Isto porque quantidade de indivíduos está aumentando de forma assustadora é uma progressão geométrica. 
O problema é que na maioria dos casos estão confinadas em pequenos espaços e não têm onde se alojar adequadamente. É um sério problema que se tem e ninguém assume a responsabilidade para lidar de uma forma racional para encaminhar a questão de forma a explorar, preservar, conservar e dar condições de bem-estar a todas elas nos diversos ambientes. 
Muitas vezes, não há como expandir seu habitat e para que possam ir ocupando espaços em face do aumento da respectiva população porque ficam à mercê daquele pequeno alagado que está a sua volta. Cercadas e contidas, não tem para onde ir e assim ficam agrupadas e sujeitas a todo tipo de agressão a sua saúde física. 
Aí vem o lado preocupante desse processo: amontoadas ficam sujeitas a agressões como infestação de carrapatos, falta de comida suficiente e ameaça aos seu bem-estar. Falta a liberdade para procriar e expandir a população e assim criar novos grupos. Esta situação gera disputas mortais entre elas que consideram membros de outro grupo como inimigos, em especial os machos. 
Daí, vem também o perigo da febre maculosa porque são mais vítimas de nós humanos que as confinamos em pequenos espaços e serem vetores dessa terrível doença. Ora, o problema é muito mais causado pelo ambiente infecto que acaba surgindo pelo acúmulo de materiais orgânicos nos locais o que favorece o aparecimento de muitos patógenos que potencialmente podem causar doenças infecto contagiosas de consequências diversas. 
Sabe-se também que a capivara mesmo no ambiente natural em face de ter alto índice de proliferação tem provocado aos produtores rurais um grande prejuízo porque tem hábito de invadir lavouras de milho e cana, em especial. Esse fato tem trazido uma situação complicada porque é proibido matá-las mesmo para evitar danos maiores. Para obter autorização para exploração aos órgãos ambientais é uma enorme burocracia e muitos consideram, sem discussão que é crime ambiental utilizar absolutamente animais silvestre como é o caso da capivara. 
Na verdade, a capivara encontra-se em um estado tão avançado no processo de domesticação (criação em cativeiro, tolerância ao homem e utilização comercial) que pode ser considerada, na América do Sul, como um novo animal doméstico com manejo e uso bem estabelecidos (Lindberg e Paula, 2003). Ela é dócil, fácil de ser contida, não é agressiva com as pessoas e se alimenta de quase tudo. 
Além do mais, a capivara é cerca de seis vezes mais eficiente que o bovino na capacidade reprodutiva, sendo que em condições naturais e respeitando-se as necessidades territorial do animal, 40% da manada pode ser aproveitada, sem detrimento do potencial reprodutivo do grupo (Deutsch e Puglia, 1988). Analisando o rendimento da capivara sob o aspecto comercial, ambos os sexos possuem excelente rendimento de carcaça com abundante musculatura (Pinheiro, 2007).
Há enorme dificuldade em adotar efetivas atitudes no encaminhamento dos indivíduos em excesso para criadores comerciais porque não há nenhum organismo oficial que se interesse por este tema. A área ambiental tem uma visão de proteção que é um tanto simplista porque “proteger” tem um significado abstrato e muitas vezes não considera todos os ângulos da questão. O que deveria ser enfocado é o que está previsto em lei: “uso sustentável da biodiversidade”. Tudo que utilizamos e consumimos vem da natureza, então nada mais correto que este animal seja cultivado observados os rigorosos parâmetros da sustentabilidade. 
Na área de produção do MAPA não se vislumbra algum setor com a preocupação primeira em gestionar e tornar a superpopulação de capivaras que existe por aí a fazer parte da cadeia produtiva de proteínas animal. Quer dizer: estamos jogando pela janela um enorme potencial de geração de empregos, rendas e conservação. Constata-se sim, um desperdício ou mesmo uma insensatez porque se vê tantos incentivos oficiais ao desenvolvimento da pecuária e em contrapartida não se dá a importância devida à exploração desse recurso natural sustentável que está aí a nossa disposição a um custo/benefício reduzido. 
Existem sim dificuldades adicionais referentes a não existência de frigoríficos habilitados, como também obstáculos no trânsito dos animais que depende de um sem número de documentos para que sejam encaminhados ao seu destino correto. Como dissemos em contraponto com a Lei de Fauna que diz que o Poder Público tem que incentivar os empreendimentos da iniciativa privada que objetivos econômicos na utilização de recurso um natural renovável de forma sustentável. 
Enfim, o que vemos nisso tudo é o enorme desaproveitamento que está se havendo na falta de exploração da capivara, um animal de enorme valor zootécnico e está aí para ser conservado dentro do resguardo de seu bem-estar, e pronto para ser utilizado da melhor forma!!!!
Out/2017 - imagens da internet 
Aloísio Pacini Tostes - Bonfim Paulista
www.lagopas.com.br – multiplicar para conservar

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