Abrir a gaiola e soltar bichos é uma parte ínfima de um programa sério, que deve incluir estudo da biologia da espécie, avaliar a origem dos animais a serem soltos, realizar monte de exames para garantir que esses animais não levem doenças para a natureza, ter certeza que os animais estejam em condições físicas e comportamentais de soltura, avaliar a capacidade de suporte do embiente, não soltar animais fora de sua área de ocorrência, preparar os animais antes da soltura, realizar monitoramento após a soltura, avaliar a reação das populações humanas locais, etc, etc...De acordo com especialistas, mesmo para a espécie de ampla distribuição, como papagaios, não é recomendável soltar aves de um local em outras regiões, a não ser que uma avaliação genética indique que isto não traz nenhum risco. Formar um grupo de soltura simplesmente reunindo aves apreendidas em vários locais não é indicado, e pode ser desastroso. A situação ideal seria que as aves nunca tivessse saído da natureza.
Quando trabalhamos com conservação, não pensamos apenas nos indivíduos, mas em populações, espécies, ambientes. Se a soltura é feita só para resolver o problema dos excedentes em cativeiro, pode criar um problema ambiental maior do que a saída dos animais da natureza. (Jornal Passarinheiro &Cia)