COMPORTAMENTO(UMA SEGUNDA CHANCE)
COMPORTAMENTO (UMA SEGUNDA CHANCE)
Muitas vezes a vida nos empurra para fora da estrada e exige uma reviravolta radical para retomar o caminho. Quem topa o desafio e vence ganha uma história pessoal mais rica e plena (ARACY PAULINA)
Os obstáculos estão por todo o caminho e até contribuem para tornar nossas vitórias mais saborosas e valorizadas. Só que em algum momento eles assumem contornos de abismos e encruzilhadas intransponíveis. E aí cada um precisa decidir: afundo ou me dou uma segunda chance Assim como a apresentadora Angélica, Valéria, Larissa, Luciana e Verena escolheram virar o jogo.
Persistiram e repaginaram a vida em bases até mais sólidas se comparadas às que tinham antes. Seus exemplos inspiradores se deram na superação da falência, da doença, em uma mudança de carreira depois dos 40 e na libertação de um casamento infeliz. Consultamos alguns especialistas para ajudar quem precisa se recriar e voltar à estrada com possibilidades de vencer, como nossas personagens.
UM CÂNCER, UM CASAMENTO, UMA FILHA.
Ao dará à luz Maria Rosa, há quase três anos, a designer Larissa Meira, 27, celebrou. Sete anos antes, havia descoberto um câncer linfático superagressivo. Larissa deixou Recife para se tratar em São Paulo e cravou meia década de luta, incluindo dois transplantes de medula, dois tratame4nto de quimioterapia e quatro de radioterapia, além de período de isolamento absoluto. Mesmo com tanto perrengue, ela mantinha vínculos com a vida. “Falava com Deus, escrevia o que sentia em um diário ou gravava em vídeos e criei um blog. Por meio dele, fiz bons amigos”, afirma. “A comida era outro apelo para seguir”. Para mim, “o alimento é a representação do afeto”, “Tomando muito corticoide, tinha uma fome absurda e tornei isso divertido: pedia pratos às minhas avós e elas caprichavam da canja à feijoada. Fui muito mimada!” Quando se sentia melhor, ia à faculdade – ela transferira o curso de design para a Universidade de São Paulo, onde se diplomou. Numa das saídas do hospital, trabalhou em uma produtora e, durante a filmagem de um curta, conheceu Pedro Henrique que virou seu marido em 2012, um ano esplêndido para Larissa. No inicio de fevereiro. (Ela recebeu a notícia que estava em remissão nos casos de câncer, não se fala em cura) e no fim do mês soube que estava grávida. Imaginava que fosse um sonho inatingível.
“Meu marido me dizia que a fertilidade, em tratamento pesados, era algo raro.” Em junho daquele ano, casou e viajou de lua de mel para Buenos Aires. Rosa chegou em outubro. “ Temi pela saúde de minha filha, mas ela veio forte.
No hospital, a chamava de Milagrinho”, conta. De volta a Recife, Larissa é voluntária da Ong Shores Of Grace, que cuida de crianças e mulheres exploradas na prostituição. Precisei atravessar tudo àquilo para ser o que sou hoje”. (CLAUDIA/ AGOSTO/2015.